Nascido no dia 31 de Outubro de 1902 e criado na cidade de Itabira, Carlos Drummond de Andrade levou por toda a sua vida, como um de seus mais recorrentes temas, a saudade da infância e de sua terra natal.

O poeta foi um dos precursores do movimento Modernista no Brasil, nos anos 1920, mas o modernismo não é o traço predominante na sua obra. Foi, certamente, o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também publicado diversos livros em prosa.

Em seguida, apresenta-se a cronologia do Poeta, pontuando-se os principais fatos de sua vida.

1902 – Nasceu em Itabira do Mato Dentro, Estado de Minas Gerais; nono filho de Carlos de Paula Andrade, fazendeiro, e D. Julieta Augusta Drummond de Andrade.

1910 – Iniciou o curso primário no Grupo Escolar Dr. Carvalho de Brito, em Itabira.

1916 – Aluno interno no Colégio Arnaldo, da Congregação do Verbo Divino, Belo Horizonte. Conhece Gustavo Capanema e Afonso Arinos de Melo Franco. Por problemas de saúde, interrompe seus estudos no segundo ano e retorna para Itabira.

1917 – Teve aulas particulares de francês com o professor Emílio Magalhães, em Itabira.

1918 – Foi transferido por seu pai para o Colégio Anchieta, da Companhia de Jesus, em Nova Friburgo; e passa a estudar nesse colégio interno. Alguns poemas retratam a saudade que sentia de sua terra natal, casa e infância passada em Itabira enquanto estudava no Colégio Anchieta.

1919 – Drummond foi expulso do Colégio Anchieta com a justificativa de “insubordinação mental” e, assim, mudou-se para Belo Horizonte com sua família no ano seguinte.

1923 – Entrou para a Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte.

1924 – Em Belo Horizonte, Drummond conhece Blaise Cendrars, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Mário de Andrade no Grande Hotel de Belo Horizonte. Pouco tempo depois inicia a correspondência com Mário de Andrade, que durará até poucos dias antes da morte de Mário.

1925 – Casa-se com a senhorita Dolores Dutra de Morais em Belo Horizonte. Funda, junto com Emílio Moura e Gregoriano Canedo, A Revista, órgão modernista do qual saem 3 números.  Conclui o curso de Farmácia mas não exerce a profissão, alegando querer “preservar a saúde dos outros”.

1926 – Retornou a Itabira e lecionou disciplinas de Geografia e Português no Ginásio Sul-Americano. No entanto, sua passagem por Itabira é rápida: logo volta para Belo Horizonte, por iniciativa de Alberto Campos, para trabalhar como redator-chefe do Diário de Minas.

1927 – Nasce, no dia 22 de março, mas vive apenas meia hora, seu filho Carlos Flávio.

1928 – Nasce, no dia 4 de março, sua filha Maria Julieta, quem se tornará sua grande companheira ao longo da vida.

1930 – Publica seu primeiro livro, “Alguma Poesia”, em edição de 500 exemplares paga por ele próprio. Auxiliar de Gabinete do Secretário de Interior Cristiano Machado; passa a oficial de gabinete quando seu amigo Gustavo Capanema substitui Cristiano Machado.

1933 – Redator de A Tribuna. Acompanha Gustavo Capanema quando este é nomeado Interventor Federal em Minas Gerais.

1940 – Publica “Sentimento do Mundo” em tiragem de 150 exemplares, distribuídos entre os amigos.

1987 – No 31 de janeiro escreve seu último poema, “Elegia a um tucano morto” que passa a integrar “Farewell”, último livro organizado pelo poeta. É homenageado pela escola de samba Estação Primeira de Mangueira, com o samba enredo “No reino das palavras”, que vence o Carnaval 87. No dia 5 de agosto, depois de 2 meses de internação, falece sua filha Maria Julieta, vítima de câncer. “E assim vai-se indo a família Drummond de Andrade” – comenta o poeta. Seu estado de saúde piora. 12 dias depois falece o poeta, de problemas cardíacos e é enterrado no mesmo túmulo que a filha, no Cemitério São João Batista do Rio de Janeiro. O poeta deixa obras inéditas: “O avesso das coisas” (aforismos), “Moça deitada na grama”, “O amor natural” (poemas eróticos), “Viola de bolso III” (Poesia errante), hoje publicados pela Record; “Arte em exposição” (versos sobre obras de arte), “Farewell”, além de crônicas, dedicatórias em verso coletadas pelo autor, correspondência e um texto para um espetáculo musical, ainda sem título.  Edições de “Moça deitada na grama”, “O avesso das coisas” e reedição de “De notícias e não notícias faz-se a crônica” pela Editora Record. Edição de “Crônicas – 1930-1934”. Edição de “Un chiaro enigma” e “Sentimento del mondo”, Itália. Publicação de “Mundo Grande y otros poemas”, na série Los grandes poetas, em Buenos Aires.

1998 – Inauguração do Museu de Território Caminhos Dummondianos em Itabira. No dia 31 de outubro é inaugurado o Memorial Carlos Drummond de Andrade, projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, no Pico do Amor da cidade de Itabira. Prêmio in memorian Medalha do Sesquicentenário da Cidade de Itabira.

1999 – I Forum Itabira Século XXI — Centenário Drummond, realizado na cidade de Itabira. Lançamento do CD “Carlos Drummond de Andrade por Paulo Autran”, pelo selo Luz da Cidade.

2000 – Estréia no dia 31 de outubro o espetáculo “Jovem Drummond”, estrelado por Vinícius de Oliveira, no teatro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade e Itabira (Secretaria de Cultura do Município). II Fórum Itabira Século XXI — Centenário Drummond, realizado em outubro na cidade de Itabira.

Fonte: Arquivos do Departamento de Turismo, Prefeitura Municipal de Itabira.